quinta-feira, 5 de agosto de 2010


UM SILÊNCIO ENSURDECEDOR!

“Diálogo - do grego diálogos e do latim dialogus significa entendimento por meio da palavra, conversação, colóquio, comunicação. Discussão ou troca de idéias, conceitos, opiniões, objetivando a solução de problemas e a harmonia”. É exatamente isto que está faltando ao Governo Municipal em Volta Redonda e por isso mesmo, não há troca de idéias, os conceitos não evoluem, a opinião é de um só, não há solução de problemas e também não existe harmonia entre a Administração Municipal e o funcionalismo público; entre a Administração Municipal e os Sindicatos; entre a Administração Municipal e quem faz cultura na cidade; entre a Administração Municipal e os profissionais da saúde; entre a Administração Municipal e os profissionais da educação, enfim, entre a Administração Municipal e a sociedade organizada. São mais de 13 anos de um monólogo irritante que não leva a lugar nenhum.
O Secretário, seguindo orientação do Governo, não recebe os Diretores de nenhum dos Sindicatos, não quer nem saber qual a pauta de reivindicação e também não faz nada para melhorar a relação entre o Prefeito e os funcionários públicos municipais, porque para eles só existem os ocupantes dos cargos comissionados, de RPA e os “protegidos” que foram contratados ilegalmente para atender a pedidos de amigos e dos amigos dos amigos! A Câmara Municipal aprova uma Audiência Pública para tratar dos problemas da Educação no Município e não comparece a Secretária de Educação e muito menos o Prefeito Municipal, que aliás não se faz presente em nenhum evento que seja importante para o Município, nem na Sessão Solene, na Câmara Municipal, que comemorou o 56º aniversário da emancipação de Volta Redonda.
Se tivéssemos um GOVERNO SÉRIO, COMPROMETIDO COM A EDUCAÇÃO PÚBLICA, alguns itens da pauta do SEPE não deveriam estar sendo reivindicados. Por exemplo: 1. Tornar público o resultado do Plano Municipal de Educação e sua implementação. 2. Realização das eleições para diretores de escolas ainda em 2010. 3. Respeito à autonomia das Escolas. 4. Equipe profissional para ajudar na dificuldade de aprendizagem dos alunos. 5. Curso de Formação no horário de trabalho, com abono de ponto para professores e funcionários.
Se tivéssemos um GOVERNO TRANSPARENTE, alguns outros itens também não deveriam fazer parte da pauta. Por exemplo: 1. Pagamento de FUNDEB – 60% destinado à valorização dos profissionais da educação. 2. Reformulação do Conselho Municipal de Educação, estabelecendo paridade entre as representações. 3. Revisão dos Conselhos Escolares, adequando-os à realidade. 4. Garantia de eleição do Presidente dos Conselhos por seus pares. 5. Facilitar acesso dos Conselheiros a dados orçamentários, como gastos e prestações de contas.
Se tivéssemos um GOVERNO DEMOCRÁTICO, a pauta do SEPE seria bem menor e não precisaria descer a tantos detalhes. Por exemplo: 1. Realização de uma Conferência Municipal de Educação, deliberativa e aberta à participação da sociedade. 2. Criação, por decreto, de uma Comissão Paritária para rever a Lei 3250/96 – PCCS. 3. Garantia de negociação com o Executivo por ocasião da data base. 4. Composição da Junta Médica com profissionais concursados. 5. Liberação dos Diretores do SEPE/VR para exercerem suas funções sem prejuízo de seus direitos.
Nada disso precisaria estar na pauta do SEPE/VR porque deveria fazer parte do dia a dia de uma Administração Municipal que estivesse realmente interessada em melhorar a qualidade na Rede Municipal de Ensino, hoje caindo pelas tabelas e sendo ultrapassada por municípios menores e com um potencial econômico infinitamente inferior a Volta Redonda. Não se admite mais, em pleno Século XXI, um Governo tão arbitrário, tão centralizador e tão autoritário, que se recusa a dialogar com os segmentos mais importantes da sociedade, provocando este “silêncio ensurdecedor” que incomoda a todo mundo e não resolve nenhum dos problemas que desafiam a cidade.
Num cenário em que se procura resgatar a participação popular, o orçamento democrático e a gestão democrática não se pode conviver com “donos da verdade” e muito menos com ditadores travestidos de Prefeitos que impõem a sua vontade, mesmo percebendo, por meio de avaliações totalmente confiáveis, que os métodos de administração que estão sendo usados já se esgotaram e que o município está caminhando, a passos largos, para o rebaixamente, isto é, para a “2ª divisão”dos municípios do Estado do Rio de Janeiro, mesmo com um orçamento de mais de 600 milhões de reais.
Volta Redonda quer sair dessa camisa de força e vai sair, muito antes do que pensam os atuais “donos do poder”, porque “ninguém consegue enganar todos durante todo o tempo”! 

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