Coluna semanal da Presidenta Dilma Rousseff
Alberto
Estevão da Silva, 50 anos, líder comunitário de Arcoverde (PE) – A senhora irá
fortalecer os projetos referentes à alimentação familiar e ampliar o trabalho
realizado entre a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e as associações
comunitárias, que recebem alimentos para doar? Como será essa parceria a partir
de agora?
Presidenta Dilma – Essa parceria, que tem dado ótimos
resultados, será fortalecida e ampliada. Nosso governo tem como prioridade
absoluta a erradicação da extrema pobreza, o que inclui garantir segurança
alimentar. O Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA)
desembolsou no ano passado R$ 800 milhões na compra de 540 mil toneladas de
alimentos. Este ano, estamos planejando gastar R$ 2 bilhões, o que representa
um aumento de 150%. A Conab compra e encaminha os alimentos – entre outros canais,
através das associações comunitárias – aos que vivem em situação de insegurança
alimentar. As entidades vão contar com uma quantidade maior de produtos e
poderão atender muito mais pessoas. Os alimentos são distribuídos também aos 89
Restaurantes Populares e às 406 Cozinhas Comunitárias, que cobram, em média, R$
1,50 por refeição. Os produtos são usados ainda para recompor os estoques
estratéticos de segurança alimentar e nutricional. Nesse processo, que envolve
vários ministérios e órgãos governamentais, contamos também com a participação
das prefeituras em vários aspectos, incluindo identificação dos beneficiários
finais, planejamento da compra e distribuição, conservação, educação alimentar
e nutricional, etc. Na verdade, essa é uma tarefa que exige a participação de
todos nós, do governo e da sociedade.
Isadora M. Bueno, professora, 42 anos, moradora de São Paulo
(SP) – Quando o terremoto do Haiti completou um ano, a senhora prestou uma
homenagem aos 18 militares brasileiros mortos na ocasião. Achei muito bonito o
gesto. Mas como está a situação das suas famílias? Elas contam com algum apoio
do governo?
Presidenta
Dilma – Isadora, o Brasil jamais deixaria de amparar as famílias dos 18
militares vítimas do terremoto mais devastador dos últimos 100 anos. Eles
estavam no Haiti contribuindo para pacificar as forças em conflito e prestando
solidariedade a um povo que, mesmo antes da tragédia, já vivia uma situação de
extrema gravidade. Em 31 de dezembro, o governo passado liberou a quantia de R$
500 mil para cada família, atendendo ao que dispõe a Lei 12.257, encaminhada ao
Congresso pelo então presidente Lula. Em relação às 16 crianças e adolescentes
dependentes dos militares mortos, notificamos todas as famílias de que estamos
concedendo bolsas de estudos no valor de R$ 510,00 mensais para cada uma. Para
receber o benefício, as famílias devem procurar a unidade militar onde servia o
titular e comprovar a matrícula, frequência e rendimento escolar até a
conclusão dos ensinos fundamental e médio. Quanto aos que prosseguirem com os
estudos, ingressando em curso superior, o benefício será estendido até os 24
anos de idade. O valor das bolsas será atualizado nas datas e de acordo com os mesmos índices dos
benfícios do regime geral da Previdência Social.
Márcio Rogério Godoy Nóbrega, 38 anos, funcionário dos
Correios de Bauru (SP) – Os Correios (ECT) podem ser privatizados? Pois a
empresa está se tornando S/A. Nós, funcionários, não queremos que a empresa
seja privatizada. No governo do PT ela corre esse risco?
Presidenta Dilma – Não, Márcio, a Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (ECT) não será privatizada. Aliás, essa medida nem está
em cogitação. O que nós buscamos é o fortalecimento da ECT como instituição
pública importante para o desenvolvimento do Brasil. Assim, você e os mais de
100 mil empregados que compõem o quadro dos Correios podem ficar tranquilos,
pois as iniciativas para modernizar a empresa não passam por sua privatização.
Ao contrário, buscam tornar a empresa ainda mais forte. A logística para a
execução do serviço postal, que inclui infraestrutura, processos adequados,
tecnologia de ponta e pessoal qualificado, é a chave do sucesso dos Correios.
Além de enfrentar os novos desafios que se apresentam, a empresa se prepara
para aproveitar as oportunidades de ampliação dos negócios, especialmente em
segmentos como de logística integrada, serviços financeiros postais e correio
digital. Essas oportunidades são potencializadas pela ampla rede de atendimento
da empresa, pela confiança da população na instituição e pela capacidade
empreendedora dos seus recursos humanos.