Conheça Dilma Roussef... ou Estela, Patrícia, Luiza, Wanda.
O primeiro é o nome oficial de batismo. Os demais foram usados pela ex-ministra-chefe da Casa Civil e atual candidata à Presidência da República, Dilma Roussef, quando era guerrilheira no anos 60 e 70, e só atendia por um desses codinomes.
Mais de 40 anos depois, a mineira de Belo Horizonte vê seu nome de batismo, Dilma Vana Rousseff, sair dos arquivos do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) para figurar entre os favoritos para presidir o Brasil.
Filha do advogado búlgaro Pedro Rousseff com a dona de casa carioca Dilma Jane Silva, a ex-ministra teve uma infância e juventude confortável em Minas Gerais até que, em 1965, ela foi matriculada no Colégio Estadual Central, uma escola pública com um forte movimento estudantil contrário ao golpe militar eclodido no ano anterior. Foi quando a vida tranquila de Dilma começou mudar.
Em dois anos, ela já participava do Polop, ou Política Operária, um braço do antigo PCB que se dividiu quando precisou decidir que tipo de resistência eles queriam exercer contra os militares. Dilma foi uma das militantes que preferiram a resistência armada: nascia a Colina, ou Comando de Libertação Nacional.
Foi nessa mesma época que ela conheceu, namorou e casou com Cláudio Galeno Linhares, também da guerrilha.
Mas os perigos de ter optado pela resistência armada começaram a ficar mais freqüentes na vida de Dilma em 1969, quando a polícia começou a cercar os militantes da Colina. Em janeiro daquele ano, os guerrilheiros se reuniram para tentar decidir como iriam escapar da perseguição, mas acabaram surpreendidos pela polícia no meio da reunião. A reação foi desastrosa. Empunhando uma metralhadora, os esquerdistas deixaram dois policiais mortos e outro ferido.
Depois do apuro, Dilma foi para a organização no Rio de Janeiro. Sua função era transportar armas e dinheiro. Já seu marido foi deslocado para o Polop em Porto Alegre, o que tornou a separação dos dois inevitável. Durante uma das reuniões da guerrilha, ela conheceu e se casou com o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, com quem viveu por 30 anos.
Ainda em 1969, a Colina se fundiu com a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), de Carlos Lamarca, dando origem à VAR Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares).
Depois de participar de várias aventuras com a organização, Dilma acabou presa em 1970 em um bar na rua Augusta quando já atuava pela guerrilha em São Paulo. Condenada a seis anos de prisão, teria sofrido 22 dias de tortura e solta dois anos e um mês depois de presa. Os direitos políticos da futura presidenciável ficaram cassados por 18 anos.
Ao sair da cadeia, em 1972, ela foi para Porto Alegre reconstruir sua vida. Aos poucos, retomou suas atividades políticas, mas dessa vez dentro da legalidade, em vertentes ligadas ao MDB. Mas sua carreira política começou mesmo em meados da década de 80 como assessora da bancada do PDT na Assembleia Legislativa gaúcha, partido que ela ajudou a fundar.
Já no final daquela década, ela foi alçada à função de secretária da Fazenda de Porto Alegre (1986-1988). Ela começou a década de 90 presidindo a Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (1991-1993) e sendo Secretária Estadual de Energia, Minas e Comunicação (1993 a 1994). Em 1999, ela voltou ao posto com a eleição do governador Olívio Dutra (PT).
Com a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em 2002, Dilma foi chamada pelo engenheiro nuclear Luiz Pinguelli Rosa para fazer parte da equipe que iria elaborar o programa de energia do governo. Quando todos achavam que Lula escolheria o líder do grupo para comandar o ministério, Dilma foi a escolhida.
Seu desempenho à frente da pasta empolgou tanto o presidente que ela acabou indicada por Lula para assumir a chefia da Casa Civil quando o então ministro José Dirceu perdeu o cargo em junho de 2005 sob a suspeita de liderar um esquema de corrupção conhecido como mensalão.
Caindo cada vez mais nas graças de Lula, o nome de Dilma apareceu facilmente no topo da lista do presidente para sucedê-lo. è dela a responsabilidade de elaboração e execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), principal bandeira de investimentos do governo. Após desempenhar bem o papel, passou a ser chamada de "mãe" do programa e se consolidar como futura sucessora do presidente petista.
Depois de superar as reticências dentro do próprio PT e já se consolidando como um nome viável, foi surpreendida, em abril de 2009, com a notícia de que tinha um linfoma, um câncer no sistema linfático.
Uma série de tratamentos depois, como quimioterapia e radioterapia, Dilma recebeu alta em setembro do mesmo ano, não sem antes perder os cabelos e precisar usar uma peruca por sete meses.
Curada, segundo declarações oficiais, foi aclamada candidata oficial do PT para concorrer ao Palácio do Planalto no último Congresso Nacional do partido, em fevereiro último.
Dilma é formada em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tem uma única filha, Paula Rousseff Araújo, que teve com Carlos Araújo, com quem viveu até o ano 2000. Paula espera o primeiro neto da ex-ministra.
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