quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Banco alemão desmente Dilma Rousseff

O banco alemão Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW) negou ter demitido um funcionário em consequência de irregularidades na concessão de dois empréstimos em 2005 e em 2006, no valor total de 157 milhões de euros, a duas empresas privadas do setor de energia do sul do Brasil.
A informação contradiz a declaração da presidenciável Dilma Roussef (PT), de que o banco teria demitido o funcionário responsável pela negociação.
De acordo com a revista Época, o banco ingressou com uma ação de danos materiais e morais no Brasil que envolve um dos homens de confiança de Dilma no setor elétrico, Valter Luiz Cardeal de Souza, presidente de uma subsidiária da Eletrobrás, num escândalo de fraude milionária em empréstimos internacionais de 157 milhões de euros.
O porta-voz do banco, Axel Breitbach, lembrou que não houve motivo para demissão porque os contratos de empréstimo e a garantia foram legais.
"Os contratos de empréstimos foram corretos e como garantia tínhamos a CGTEE (Companhia de Geração de Energia Térmica), que tinha credibilidade como fiadora por ser estatal", afirmou Breitbach.
O representante do KfW lembrou também que o seu banco não sabia que uma empresa estatal brasileira não podia oferecer garantia para créditos a empresas privadas.
O banco mandou fazer uma avaliação jurídica e chegou à conclusão de que a fiança tinha credibilidade, liberando o crédito.
"Nós não queremos influenciar na campanha eleitoral brasileira!", disse o porta-voz do banco alemão.
Evitando polêmica, Axel Breitbach, que representa o setor de financiamento de exportações do banco, que desde 2008 é chamado de Banco KfW IPEX, disse que não queria comentar se houve ou não um envolvimento diretor de Walter Cardeal, diretor de planejamento e de engenharia da Eletrobrás, e lamentou a coincidência da ação que está sendo movida pelo banco alemão na justiça de Porto Alegre com a eleição presidencial brasileira.
Ele afirmou também que não queria fazer comentários sobre um possível envolvimento de Dilma Rousseff no negócio, mas garantiu:
"Nós não queremos influenciar na campanha eleitoral brasileira!"
Os empréstimos foram concedidos às empresas Winimport e Hamburo. Enquanto com a segunda empresa o caso está ainda na fase de negociações sobre como a empresa vai conseguir pagar a sua divida, a divida da Winimport foi cobrada da fiadora, a CGTEE, que recusou-se a pagar.
O equipamento fornecido para a Winimport, que é o caso tratado na justiça, foram três turbinas para a produção de energia a partir do vapor da biomassa em Imbituva, Guarapuava e Inacio Martine, no Paraná.
O KfW move duas ações contra a CGTEE. Como disse Axel Breitbach, a primeira, que foi aberta em agosto na 10ª Vara Civil da Justiça de Porto Alegre, tem em vista "restabelecer a reputação" do banco, que teria sido danificada por declarações feitas "por representantes da estatal brasileira". Na segunda, o banco exige o cumprimento da dívida.
De acordo com o alemão, nos últimos anos há frequentemente problemas no setor de empréstimos, o que culminou durante a crise econômica.
Depois de negócios mal sucedidos na Irlanda, através da sua filial, o Banco IKB, o KfW teve durante a crise prejuízos de cerca de cinco bilhões de euros.
Desde então, a política de tratamento para com os devedores em dificuldade tornou-se mais rigorosa.
O KfW tem negócios com o Brasil desde há 60 anos, tendo financiado muitos grandes projetos de infraestrutura e a exportação de parte do equipamento para as usinas nucleares de Angra 2 e Angra 3.

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