Coluna semanal do
Presidente Lula
Paula Nunes, 28 anos, geógrafa
de Cuiabá (MT) – O que será feito para melhorias na Educação, que
atualmente está um tanto deficiente?
Presidente Lula – Paula,
desde 2003, nós estamos investindo pesado na melhoria da Educação e estou
seguro de que a presidenta Dilma Rousseff continuará no mesmo caminho. O orçamento do MEC passou de R$ 19 bilhões, em 2003, para
R$ 59 bilhões, em 2010. Para 2011, estamos propondo – considerando o Fies e o
salário-educação – R$ 70 bilhões, ou seja, multiplicamos por quase 4 o
orçamento do primeiro ano. O investimento público direto em Educação alcançou 5% do
PIB, o maior já registrado. Estamos chegando ao padrão dos países da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em que os
investimentos giram em torno de 6% do PIB. Com o Fundeb, fundo que financia a
educação básica, da creche ao ensino médio, a União multiplicou por onze a
complementação para estados e municípios. Era de R$ 700 milhões, em 2002, e
chegou a R$ 7,6 bilhões, em 2010. A
implantação do Piso Nacional do Magistério veio garantir um mínimo – hoje, de
R$ 1.024,67 – para os professores da Educação Básica de todo o País. Até o fim
do ano, estamos completando a entrega de 214 novas escolas técnicas – eram
apenas 140 até 2002. Construímos 14 novas universidades, um recorde, além de
126 novas extensões universitárias (campi), sendo 120 fora de capitais.
Nós mais que dobramos o número de vagas de ingresso nas universidades federais,
que passaram de 113 mil, em 2003, para 234 mil, em 2010. Pelo Prouni, já
concedemos bolsas de estudos a 748 mil estudantes de famílias de baixa renda.
Joaquim Ferraz Martins, 78
anos, advogado aposentado de São Paulo (SP) – O senhor acha justa a
cobrança de imposto de lucro imobiliário quando um bem é transferido ao
herdeiro, pelo fato de, no inventário, o bem ter valor maior do que aquele que
consta na declaração de bens do falecido?
Presidente Lula – Joaquim,
na transferência por herança o imóvel segue constando com o mesmo valor que era
declarado pelo falecido. Como não há lucro imobiliário, não há qualquer
tributação. Somente quando o herdeiro vender o imóvel a terceiros, haverá a
tributação sobre a diferença entre o valor de venda e o que constava da
declaração. Trata-se de tributação normal sobre lucro imobiliário. Por exemplo,
se o herdeiro recebeu o imóvel com o valor de R$ 100 mil e posteriormente
vendeu por R$ 150 mil, haverá taxação sobre a diferença, que é de R$ 50 mil. E
mesmo nesses casos, é possível deduzir do lucro imobiliário os gastos feitos
com reformas e benfeitorias. Basta apresentar as notas fiscais referentes aos
pagamentos de material e mão-de-obra. Veja que também não há tributação, mesmo
que tenha havido grande lucro imobiliário, quando o vendedor está se desfazendo
de um imóvel residencial – inclusive o que tenha sido
herdado – para comprar outro. Nesses casos, para haver isenção, é
preciso que o tempo decorrido entre a venda de um imóvel e a compra do outro
seja inferior a seis meses.
Valter Luiz Rocha Salazar, 57
anos, aposentado de Vila Velha (ES) – A Saúde foi uma questão recorrente
nos discursos de vários candidatos à sua sucessão. Quais as propostas do senhor
para a saúde pública neste final de mandato?
Presidente Lula - Vamos
dar continuidade ao trabalho de melhorar cada vez mais o acesso aos serviços de
saúde. Até o final do ano, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(Samu/192) estará disponível para 80% da população brasileira, reduzindo a
peregrinação à procura de leito. Em relação às Unidades de Pronto Atendimento
(UPAs), já estão em funcionamento 89, liberamos recursos para estados e
municípios construírem outras 452 e até dezembro serão liberados recursos para
mais 48 unidades. Fortalecemos o programa Saúde da Família, que hoje tem 31.500
mil equipes, que vão às casas de quase 100 milhões de brasileiros. Todas essas iniciativas fazem parte do SUS, que
ainda tem deficiências, mas é um programa de referência no mundo, pois atende
toda a população brasileira, sendo que 160 milhões de pessoas dependem
exclusivamente do Sistema. É preciso melhorar
o atendimento de alta complexidade. Com o Brasil Sorridente, encerraremos o ano
com 1.000 Centros de Especialidades Odontológicas. Antes de deixar o governo,
vou fazer o lançamento de unidades móveis odontológicas, que levarão
atendimento em saúde bucal aos Territórios da Cidadania. Fizemos muito e
poderíamos ter feito muito mais se não tivéssemos perdido R$ 24 bilhões anuais,
com o fim da CPMF, em 2007.
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