sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Estado criará rede integrada de radares meteorológicos


As secretarias do Ambiente e de Ciência e Tecnologia juntarão esforços e recursos para a criação de uma rede de monitoramento de áreas de risco em todo o Estado do Rio de Janeiro.


O anúncio foi feito nesta quarta-feira (19) pelo secretário do Ambiente, Carlos Minc, depois de assinar a portaria que formaliza a parceria entre os órgãos. No próximo verão, radares meteorológicos estarão operando 24 horas por dia para alertar, até 12 horas antes, sobre a ocorrência de fortes chuvas.
- Nós já fazemos o nosso mapeamento com o Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM). Combinei com o secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, nosso parceiro, de fazer esse mapeamento de risco na mesma padronagem. Os critérios precisam ser iguais em todos os municípios fluminenses. Os radares serão ligados a nível nacional, principalmente com São Paulo. A medida deve ser publicada no Diário Oficial do Estado do Rio da próxima segunda-feira - afirmou Minc.
De acordo com a Secretaria do Ambiente, os radares serão instalados em Macaé e Resende. Simultaneamente à criação da rede de monitoramento da distância, da intensidade e do avanço das tempestades, será realizado o treinamento das defesas civis municipais para garantir agilidade e eficiência na comunicação dos alertas.
- Para cobrir todo o espaço - fazendo uma operação conjunta entre as secretarias do Ambiente e Ciência e Tecnologia e adquirindo dois radares, softwares e qualificando equipes - precisaremos de investimentos de mais ou menos R$ 30 milhões. A previsão é adquirir todos os radares através de recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) - disse Carlos Minc.
A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, apresentou também nesta quarta-feira (19/01) os números do sistema de alerta de cheias do Inea, que mostram que foi bem maior do que tem sido divulgado o volume de chuvas, causa da maior tragédia da história dos desastres naturais do país.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Teresópolis registrou 124,6 mm de chuva no último dia 12, contra uma máxima histórica de 140,8 mm em 28 de janeiro de 1977. Já em Nova Friburgo, a chuva alcançou 182,8 mm no dia dos desabamentos, mas, como essa estação do Inmet só entrou em operação no ano passado, não há uma série de dados para comparação. Entretanto, uma estação antiga, que funcionou na cidade entre 1961 e 2003, marcou como recorde 113 mm em 24 de janeiro de 1964.
- Houve um engano na informação divulgada pelo Inmet, porque ele comparou a chuva de uma estação que está fora da área atingida com um dado histórico. As nossas medições mostram que a tempestade foi de 249 mm em Friburgo, similar ao que o instituto mediu. Entretanto, em relação ao resultado da chuva sobre o território, verificamos que todos os indícios apontam que a mesma intensidade de chuva que aconteceu em Friburgo, aconteceu em Teresópolis e Petrópolis. Resumindo: não há como afirmar se já aconteceu ou não chuvas maiores naquela região - explicou Marilene Ramos.

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