terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


Defensor do mínimo de R$ 560, Paim pode recuar

Defensor do aumento do salário mínimo para R$ 560, o senador Paulo Paim (PT-RS) admite recuar de sua posição para votar favoravelmente ao mínimo de R$ 545 no Senado, proposto pelo governo federal.


Depois de ser procurado nos últimos dias por representantes do PT e do Palácio do Planalto com apelos para mudar seu voto, Paim fala em "negociação" se o governo atender a algumas condições impostas pelo petista.
O senador diz que prefere a garantia do reajuste automático do mínimo até 2015 com base na correção da inflação e do crescimento interno do país a garantir, neste ano, a antecipação de R$ 15 no aumento do mínimo.
"Se caminharmos nesse sentido, não vejo motivos para antecipar só R$ 15 neste ano, já que em janeiro vamos ter um reajuste de 14%. Eu quero a garantia de que essa política é intocável, mesmo quando houver crise econômica", afirmou.
Além da garantia de que o governo vai conceder o reajuste anual com base na inflação e no PIB (Produto Interno Bruto), Paim também coloca como condição para mudar o seu voto a promessa da discussão pelo governo de dois temas: o fator previdenciário e a política de reajuste dos aposentados.
"Admito a possibilidade de negociação neste sentido. O meu voto é simbólico para o governo, por isso quero fazer o máximo para garantir futuras negociações."
Paim vai se reunir nesta terça-feira com representantes das centrais sindicais para apresentar sua posição. Na semana passada, o petista prometeu apresentar emenda para aumentar o salário mínimo para R$ 560 mesmo com a pressão contrária do Palácio do Planalto.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, também se reúne amanhã com a bancada do PT no Senado para defender o mínimo de R$ 545. Há a expectativa da presença do ministro Guido Mantega (Fazenda).
O PSDB apresentou hoje duas emendas ao projeto que reajusta o salário mínimo de R$ 545. O partido vai tentar aumentar o valor para R$ 600 durante a votação no Senado e ainda quer derrubar o artigo que prevê o reajuste automático do mínimo por decreto presidencial --excluindo o Congresso da discussão.
O partido admite que não terá número para aprovar as emendas, mas decidiu apresentá-las para marcar posição política --já que o mínimo de R$ 600 foi uma das principais bandeiras de José Serra (PSDB) na campanha presidencial.
"Não há como criar falsas expectativas porque sabemos que a base aliada vai votar unida. Somente turbulências podem provocar dissidências a médio e longo prazo", disse o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).
A base governista soma 62 dos 81 senadores, enquanto a oposição e o PSOL têm 19.

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