Jornalistas da EBC chegam a Brasília e comemoram fim de
momentos de aflição no Egito
Do fim do terror no Egito até a chegada ao Brasil no último
dia 5, os repórteres Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV
Brasil, tiveram de esperar 38 horas.
A chegada a Brasília por volta das 14h teve clima de
celebração com direito a parentes e amigos. Corban e Gilvan foram impedidos
pelas autoridades egípcias de trabalhar no país. Ficaram 18 horas detidos em
uma prisão egípcia e tiveram os olhos vendados por 15 minutos. Depois, foram
expulsos do país.
Cansados da viagem, mas afirmando estar aliviados com o fim
da “tortura psicológica”, Corban e Gilvan foram cercados por parentes, amigos e
curiosos na chegada ao Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino
Kubitschek. Os jornalistas disseram que só quando o avião aterrissou em
Brasília é que eles realmente se sentiram seguros.
Corban contou que eles desembarcaram no último dia 2 no
Cairo, no auge das manifestações em protesto à permanência do presidente do
Egito, Hosni Mubarak, mas não conseguiram fazer nenhum trabalho jornalístico.
“Fomos detidos logo numa barreira policial a caminho do hotel. Eu não escrevi
uma linha de matéria e Gilvan não fez uma imagem sequer”, disse.
Nas 18 horas em que ficou em uma sala de cerca de 4 metros quadrados na
prisão, Corban afirmou que não tinha ideia do que aconteceria com ele e Gilvan.
O repórter afirma que só pensava nas filhas - Daniela, de 21 anos, e Isabela,
de 13 anos. Depois de serem libertados, Corban disse que telefonou
imediatamente para as duas.
Recém-casada com Gilvan, Edna Soares, de 27 anos, afirmou
que só conseguiu se acalmar quando conversou ontem (3) com o marido, que já
estava em Paris. “Aí, sim, senti que não haveria mais risco quanto à segurança
deles”, afirmou.
Gilvan disse que ele e Corban não sofreram violência física
ao contrário do que ocorreu com outros jornalistas. Bem-humorado, o repórter
cinematográfico contou ter presenciado situações atípicas, como um alemão que
rezava em árabe, em voz alta, para convencer os policiais de que ele tinha
familiaridade religiosa com os muçulmanos.
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