Ciclo de palestras marca Dia Mundial da Doença de Alzheimer em BM
Evento reuniu familiares, cuidadores e pacientes portadores da doença
Foto: Roze Martins |
O Dia Mundial da Doença do Alzheimer, celebrado nesta terça-feira, dia 21, foi comemorado em Barra Mansa com um ciclo de palestras de conscientização e informação sobre a doença. O evento foi promovido pela Prefeitura, em parceria com a Secretaria de Saúde e o Centro do Idoso e reuniu, além da equipe multidisciplinar do centro, familiares, cuidadores e os pacientes que são assistidos pelo Centro de Atendimento ao Paciente com Doença de Alzheimer que, no município, atende cerca de 510 pessoas.
As palestras foram realizadas das 7 horas ao meio-dia e, de acordo com a coordenadora do Centro do Idoso, Ana Maria de Paula Calderoni, a participação do público superou as expectativas dos organizadores. “Graças a Deus foi um evento muito produtivo. Muitas pessoas participaram, se informaram e tiraram dúvidas com os nossos profissionais sobre o que é, como é feito o diagnóstico e como funciona o tratamento do Alzheimer”, disse a coordenadora, ao ressaltar que as palestras também tiveram por finalidade informar às famílias menos favorecidas com relação ao acompanhamento gratuito oferecido no centro.
O prefeito de Barra Mansa, Zé Renato, parabenizou o Centro do Idoso pela iniciativa e destacou que a população do município pode se considerar privilegiada pelo tratamento oferecido aos portadores de Alzheimer. “Em todo o estado do Rio, Barra Mansa é uma das quatro cidades que possuem o Centro de Atendimento ao Paciente com Alzheimer. Sabemos que é uma doença que sensibiliza toda a família da pessoa doente, mas ficamos muito satisfeitos em ver o trabalho que a equipe do Centro do Idoso vem desenvolvendo junto a essas pessoas, que merecem toda a atenção do nosso governo”, comentou o prefeito, ao informar que cerca de 400 pacientes já recebem os medicamentos para Alzheimer, custeados pelo Governo do Estado
De acordo com o médico neurologista Elder Machado Sarmento, que ministrou a palestra “Doença de Alzheimer: O que é?”, uma das informações mais importantes destacadas no evento é que o diagnóstico do Alzheimer é clínico, porém, não se baseia apenas na perda de memória. “É uma doença progressiva, que precisa de um tratamento multiprofissional e que tem aumentado muito porque a população está vivendo mais. Seus sintomas principais são a perda de memória e alteração de comportamento e, na maioria dos casos, é diagnosticada em pacientes com idades acima de 65 anos”, explicou o neurologista.
Também foram ministradas palestras com os seguintes temas: “Envelhecimento Saudável”, pela médica geriatra Renata Fernandes de Souza; “Assistência da Enfermagem aos Portadores de Demência”, com os enfermeiros Juliana dos Santos Russi e Wilson da Costa Nogueira; e “Como se Comportar?”, da psicóloga Maria Terezinha da Carvalho Tupinanbá. Além das palestras, a data foi lembrada com uma comemoração festiva no Centro do Idoso, voltada para os pacientes e seus cuidadores.
Cuidadora de uma portadora de Alzheimer, a autônoma Joana Dar´c Batista Coutinho, de 39 anos, elogiou a iniciativa do Centro do Idoso em organizar o ciclo de palestras informativas sobre a doença. “As palestras foram muito boas e informativas. Ajudo meu sogro a cuidar da minha sogra, de 81 anos, e tive a oportunidade de me informar e tirar dúvidas sobre muitas coisas que enfrentamentos no dia-a-dia. O diagnóstico na minha sogra foi feito há anos, mas temos a consciência de que a doença não tem cura e que vamos ter que estar preparados para enfrentar muitas dificuldades”, avaliou Joana.
O Centro de Atendimento ao Paciente com Doença de Alzheimer foi implantado no Centro do Idoso há cerca de três anos e, no local, o diagnóstico da doença é concluído por meio de um protocolo, no qual são avaliados seus principais sintomas, tais como alterações comportamentais, repetições, dificuldades para lidar com tarefas complexas e planejamento, perda da habilidade espacial e de organização e grau de esquecimento do paciente, que também é submetido a exames clínicos, laboratoriais e de de imagem. O Alzheimer é predominante na faixa etária do idoso e, em casos raros, também afeta pessoas com menos idade. É uma doença que pode ter fundo hereditário, no entanto, que ainda não teve definida sua causa específica
O Dia Mundial de Alzheimer foi criado em 21 de setembro de 1994, durante um Congresso Internacional em Edimburgo, na Escócia. A doença recebeu este nome porque foi Alois Alzheimer, um psiquiatra alemão, quem em 1906 descreveu pela primeira vez os sintomas e as características neuropatológicas do Alzheimer.
Apesar dos 102 anos da sua descrição, a doença continua misteriosa, no entanto, segundo estimativas, a doença é responsável por 50% dos casos de demência na população idosa e atinge cerca de 5% da população brasileira com idade igual ou superior a 65 anos. Um levantamento do Ministério da Saúde apontou que o Alzheimer matou seis vezes mais brasileiros na última década - em 1999 foram cerca de 1.300, já em 2008, o número pulou para quase oito mil.
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