sábado, 4 de setembro de 2010

Mantega despolitiza vazamento: 'não há sistemas invioláveis'

Ministro afirmou que contraventores sempre encontram algum meio de driblarem a segurança do sistema


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentou despolitizar a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. De acordo com ele, o episódio não envolveu apenas pessoas ligadas a partidos políticos. Mantega deixou claro que está descartada a possibilidade de exoneração do secretário da Receita, Otacílio Cartaxo. "Eu não cogito substituir o secretário Cartaxo", disse ele, em entrevista coletiva realizada em São Paulo, na sede da Caixa Econômica Federal (CEF).
O ministro afirmou que não só a Receita está trabalhando exaustivamente para apurar os fatos, mas também a Corregedoria, que é um órgão independente. "Ninguém está encarando essa questão com mais seriedade do que nós, mas não há sistemas invioláveis. Até poucos dias se comprava disquetes em São Paulo com informação da Receita e eu já dei orientações para que a Receita mude o sistema de segurança sempre que houver vazamentos, porque os contraventores sempre acham uma forma de quebrar a segurança do sistema."
Documentos da Receita revelam que a corregedoria do órgão trabalhava desde o dia 20 de agosto em linha de investigação que apontava violação de dados sigilosos de Verônica Serra, filha do presidenciável José Serra, e de mais 4 tucanos.
A suspeita de motivação política foi "confinada" até que os integrantes do governo unificassem um discurso público em direção contrária para despolitizar o episódio e blindar a candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT)
Durante a apuração do caso, a cúpula da Receita Federal descartaram qualquer conotação política na quebra do sigilo. "Nós não identificamos qualquer ilação político-partidária", ressaltou em coletiva dada há uma semana, o corregedor-geral da Receita, Antonio Carlos Costa D"Avila. Seu discurso depois foi reforçado pelo secretário Otacílio Cartaxo.
Nesta quinta-feira, o Estado mostrou que o comando da Receita suspeitou de fraude na violação de sigilo da filha de Serra, mas abafaram o caso para evitarem impacto político. O governo já sabia que a procuração usada para violar os dados de Verônica poderia ser falsa.

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