Ministério Público denuncia Policiais Rodoviários por corrupção
Policiais Rodoviários, segundo a denúncia do MPF, teriam praticado crimes como corrupção, formação de quadrilha e prevaricação
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O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) ofereceu denúncia à Justiça contra uma quadrilha formada por policiais rodoviários federais que cometiam crimes como corrupção, prevaricação e concussão.
Entre os dez denunciados, estão o candidato a deputado federal, Marcelo Lessa, chefe substituto da Seção de Policiamento e Fiscalização da PRF/RJ, o chefe do posto da PRF em Pavuna, Erly Simões, e o braço-direito de Lessa, Antonio Marcio Rodrigues de Matos, que tiveram a prisão preventiva e o sequestro de bens decretados.
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Também participavam da quadrilha o superintendente regional da PRF/RJ, Carlos Hamilton Fernandes Pinheiro, o chefe da Seção de Policiamento e Fiscalização, Eugenio Nemirovsky, o corregedor regional, Cristiano Moraes da Silva, outros dois policiais rodoviários e o gerente operacional das viações Rubanil e Tinguá, Antonio Ferreira.
A esposa de Lessa, Camilla Fernanda Silva Lessa, também foi denunciada, por falsidade ideológica, por ter atuado como “laranja” do marido na Auto Shopping Dutra Locação e Venda de Veículos.
A denúncia, proposta pelos procuradores da República Orlando Monteiro Cunha e Eduardo André Lopes Pinto, foi recebida pela Justiça, dando início ao processo penal, que recebeu o nº 2009.51.01.814846-4.
Os réus respondem por formação de quadrilha, falsidade ideológica, prevaricação, concussão, corrupção ativa e passiva (ver abaixo os crimes de cada réu).
As investigações comprovaram que, sob a liderança de Marcelo Lessa, veículos apreendidos pela PRF na Via Dutra eram irregularmente liberados no posto da Pavuna.
O líder da quadrilha também atuava junto a empresas de ônibus, como a Rubanil, a Transmil e a Tinguá, para usar parte de suas frotas para atividades em benefício de comunidades carentes da região, visando proveito político.
Lessa ainda usava veículos da PRF para propaganda de sua empresa Autoshopping Dutra e para sua promoção pessoal.
Uma interceptação telefônica autorizada pela Justiça revelou que, em abril de 2010, Marcelo Lessa acompanhou a extorsão a um comerciante chinês abordado por policiais rodoviários na Via Dutra com R$ 150 mil.
Após o pagamento de uma propina, Lessa ofereceu “trânsito livre” ao estrangeiro, condicionado ao pagamento de R$ 10 mil para sua campanha eleitoral.
Na denúncia, o MPF demonstra que o superintendente, o corregedor e o chefe da Seção de Policiamento e Fiscalização da PRF/RJ valiam-se de seus cargos para acobertar a atuação política e os crimes de Marcelo Lessa.
Segundos os procuradores, “havia o nítido propósito de contribuir para a eleição de Lessa, visando benefícios futuros na corporação”.
Já o gerente das Viações Rubanil e Tinguá, Antonio Ferreira, oferecia vantagens indevidas aos policiais rodoviários, evitando que os ônibus de suas frotas fossem fiscalizados devidamente e, em contrapartida, cedia os ônibus a Lessa.
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