quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Após 15 horas, 20 trabalhadores são resgatados de mina chilena

Após mais de 15 horas de resgate, 20 mineiros haviam deixado mina San José, em Copiapó, no Chile, nesta quarta-feira, quando tiveram início os trabalhos de retirada dos 33 homens presos há 70 dias.


De acordo com o presidente chileno, Sebastián Piñera, a operação poderia ser finalizada ainda nesta quarta-feira, por causa da velocidade com que eram içados os trabalhadores.
Durante a tarde, o resgate que levava uma hora por vítima, passou a ser realizado em menor tempo. Três mineiros eram resgatados a cada duas horas. As autoridades chilenas afirmaram que, nesse ritmo, o resgate deveria ser concluído ainda hoje.
Após o 17º resgate, de Omar Reygadas, os trabalhos foram interrompidos por um problema na porta da cápsula, Fênix 2, que foi resolvido à marteladas dadas pela equipe de resgate. O ministro de minas, Laurence Golborne, disse que tudo estava sob controle. "Estamos avançando mais rápido do que o previsto", disse. Pouco tempo depois, a cápsula desceu em busca do 18º mineiro, Esteban Rojas - que ao sair prometeu casar "de uma vez por todas" com a mulher na Igreja - dando seguimento aos trabalhos de resgate.
Ainda pela manhã, o presidente da Bolívia, Evo Morales, agradeceu aos 32 mineiros chilenos por terem acompanhado o boliviano, Carlos Mamani Soliz, o único estrangeiro preso na mina.
O presidente chileno Sebastian Pinera disse que "viveram uma noite mágica", ao comentar sobre o resgate. "Depois dessa noite, a grande riqueza de nosso país não será o cobre, mas sim os mineiros". Após o resgate do primeiro mineiro, Piñera chamou a atenção para a data do resgate, 13/10/10, cujos números somam 33.
Ao deixa a cápsula de resgate, o Fenix II, os mineiros comemoravam com socos no ar e lágrimas junto com familiares após passarem mais de dois meses debaixo da terra. Um a um, eles enfrentaram uma viagem de aproximadamente 15 minutos por 625 metros. Todos os mineiros saíram da cápsula usando óculos escuros, para proteger os olhos após passarem tantas semanas em um ambiente mal iluminado.
A cada mineiro resgatado, cenas de euforia e comemoração tomavam o acampamento Esperanza, montado no deserto do Atacama, no norte do Chile, para a operação de resgate.
Mario Gómez, 10º a ser resgatado e mais velho do grupo, com 63 anos, chegou à superfície respirando com ajuda de uma máscara de oxigênio. Ele precisou de ajuda para deixar a cápsula e imediatamente ajoelhou-se para rezar.
Após serem retirados, os mineiros devem passar dois dias em observação num hospital da vizinha Copiapó. Os médicos dizem que alguns dos homens estão psicologicamente abalados e podem enfrentar consequências do estresse durante muito tempo.
Até às 16h, 20 mineiros haviam sido resgatados: Dario Segovia, Pablo Rojas Villacorta, Omar Reygadas, Daniel Herrera, Florencio Ávalos, Mario Sepúlveda Espinace, Juan Illanes, o boliviano Carlos Mamani, único estrangeiro do grupo, o jovem Jimmy Sánchez Lagues, o mais novo do grupo, com 19 anos, Osmán Araya, José Ojeda Vidal, Claudio Yañez Lagos, Mario Gómez Heredia, o mais velho dos trabalhadores presos na mina, Galleguillos Orellana, Edison Peña Villarroel, Carlos Barrios, Víctor Zamora Bugueño, Víctor Segóvia Rojas, Daniel Herrera, Omar Reygadas e Esteban Rojas. Os próximos a serem resgatados são Darío Segovia Rojo, Yonni Barrios Rojas e Samuel Ávalos Acuña.
Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina San José, em Copiapó, deixou 33 trabalhadores presos em uma galeria a quase 700 m de profundidade. Após 17 dias, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à superfície. A partir daí, começou a operação para retirá-los da mina em segurança.
A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33 dias. O processo terminou no sábado, quando os martelos das perfuradoras chegaram até o abrigo onde eles estão. Concluída esta etapa, as equipes de resgate decidiram revestir o duto - ainda que parcialmente - para aumentar a segurança antes de retirá-los. Os trabalhadores são içados dentro da cápsula Fênix II, que tem 53 cm de diâmetro. Durante todo o percurso de subida, eles têm suas condições de saúde monitoradas, usam tubos de oxigênio e se comunicam com as equipes da superfície por meio de microfones instalados nos capacetes. A previsão inicial é de que o resgate de todos os mineiros leve entre 24 e 48 horas.

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