quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Haddad compara erros do Enem com problemas em urnas eletrônicas


O ministro da Educação, Fernando Haddad, comparou nesta quarta-feira os erros no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aos problemas com urnas eletrônicas.


Ao participar de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara, ele destacou que o processo eleitoral brasileiro é elogiado no mundo, apesar das falhas em algumas urnas. Segundo o ministro, o Enem é uma operação "muito mais complexa" do que as eleições.
- Eleições que são celebradas mundo afora, mas sempre há uma urna ou outra que não funciona no dia de domingo. Sempre há problemas tópicos e pontuais em uma operação que é celebrada como uma operação exitosa - disse o ministro.
Ele disse que as provas do último Enem serão reaplicadas em dezembro para um grupo restrito de participantes que receberam cadernos de questões com erros de impressão ou tiveram outros problemas registrados em ata pelos fiscais. A data será anunciada até o início da semana que vem. Na sexta-feira, o MEC terá reunião com a Fundação Cesgranrio e o Cespe (Centro de Seleção e Promoção de Eventos), que formam o consórcio responsável pela aplicação do exame.
No encontro, será definida a lista de participantes com direito a refazer o exame. Ele confirmou que uma parcela de candidatos do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Sergipe está nessa situação. Segundo Haddad, o prazo de divulgação dos resultados será mantido - até 15 de janeiro de 2011.
Ao defender a nova metodologia do Enem, adotada em 2009 e que permite a aplicação de provas distintas com o mesmo grau de dificuldade, o ministro admitiu que já houve quebra de isonomia em edições anteriores do Enem, quando o resultado do exame selecionava apenas bolsistas do ProUni (Programa Universidade para Todos). Segundo ele, porém, ninguém reclamou.
- O Enem era reaplicado e as provas não eram comparáveis entre si, sem que ninguém, àquela altura, reivindicasse a realização de um exame para todas as pessoas atingidas ou não atingidas pelo problema localizado - disse aos deputados. - Se alguém arguisse que aquilo feria o princípio da isonomia, nós não teríamos argumento.
Um dia depois de ouvir críticas em audiência pública na Comissão de Educação do Senado, aonde foi também prestar esclarecimentos sobre as falhas do Enem, Haddad foi aplaudido na Câmara e teve seu nome apoiado para continuar à frente do MEC no governo da presidente eleita Dilma Rousseff. A iniciativa partiu do deputado tucano Lobbe Neto (SP), após ouvir o líder do PT, Fernando Ferro (PE), elogiar Haddad. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) pegou carona e também defendeu a continuidade do ministro, sendo seguida pelo presidente da Comissão de Educação, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR):
- Se a presidenta Dilma quiser fazer com que o conhecimento e a educação avancem ainda mais no nosso país, lhe convide para continuar à frente do ministério - disse Vanhoni, sendo aplaudido por deputados.
- A presidente eleita já tem muitos problemas, não vamos levar mais um para ela, vamos deixá-la à vontade - respondeu Haddad.
Indagado por jornalistas sobre a indicação dos deputados para permanecer no cargo, Haddad não quis comentar:
- Vocês têm que entender que qualquer resposta a essa pergunta é deselegante com a presidente, qualquer resposta é muito deselegante e eu não vou cometer essa indelicadeza.

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