Caixa Econômica e BC farão intervenção “branca” no
PanAmericano
A Caixa Econômica Federal anuncia amanhã, em uma ação
conjunta com o Banco Central, uma espécie de intervenção "branca" no
PanAmericano, segundo a Folha apurou.
O banco informou hoje que receberá do Grupo Silvio Santos
aporte de R$ 2,5 bilhões, após a constatação de "inconsistências contábeis
que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação
patrimonial da entidade".
A Caixa comprou 35,54% do capital social do PanAmericano em
novembro de 2009, em uma operação de R$ 739,2 milhões. A negociação foi
aprovada pelo Banco Central em julho deste ano, no último passo para a
finalização da operação.
Com 49% do capital votante e 20,69% das ações preferenciais,
a Caixa tem o direito de indicar igual número de membros para o Conselho de
Administração do banco que a holding Silvio Santos, sócia majoritária da
instituição financeira. Pelo acordo de acionistas, a presidência do Conselho
seria alternada anualmente com a indicação da CaixaPar (Caixa Participações) e
do grupo pertencente ao apresentador de TV.
Além desses direitos, a Caixa deverá colocar funcionários em
cargos executivos na direção do Panamericano, segundo informações de pessoas
próximas à operação.
De acordo com comunicado do banco ao mercado, o aporte de R$
2,5 bi será feito mediante crédito na conta "Depósito de Acionista",
e obtido mediante operação financeira contratada com o FGC (Fundo Garantidor de
Créditos).
O FGC, por definição, presta garantia de crédito em duas
hipóteses: "decretação da intervenção, liquidação extrajudicial ou
falência da associada"; ou "reconhecimento, pelo Banco Central do
Brasil, do estado de insolvência da associada".
Criado em 1995, o FGC é um órgão independente do governo. As
receitas do fundo vêm dos bancos, que são obrigados a contribuir com um
percentual mensal do total das contas garantidas. Todas as instituições
financeiras e associações de poupança e empréstimo são associadas
obrigatoriamente ao FGC.
O banco afirmou ainda que a quantia está "integralmente
garantida por bens do patrimônio empresarial do Grupo [SS]" para
"estabelecer o pleno equilíbrio patrimonial" e ressalta: "sem
qualquer alteração no capital social ou no patrimônio líquido da instituição.
"O aporte destina-se a restabelecer o pleno equilíbrio
patrimonial e ampliar a liquidez operacional da instituição, de modo a preservar
o atual nível de capitalização, em virtude de terem sido constatadas
inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras
reflitam a real situação patrimonial da entidade. Assim, os ajustes que estão
sendo realizados nesta data não resultarão em perda patrimonial, vez que estão
sendo cobertos integralmente pelo citado aporte", informou o banco.
O PanAmericano destacou ainda que "a decisão reflete o
compromisso do controlador com a higidez da instituição, sua responsabilidade
com o mercado e com a preservação dos interesses dos seus clientes,
depositantes, fornecedores e colaboradores, além de preservar a integridade da
atual participação dos demais acionistas".
Também nesta quarta-feira, o banco informou que o conselho
de administração elegeu uma nova diretoria. Celso Antunes da Costa é o novo
diretor superintendente do banco. Em 2009, ele assumiu a diretoria de gestão da
integração da Nossa Caixa com o Banco do Brasil. Costa já participou de outros
quatro processos de integração, como ex-diretor do Banco Real.
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