Mantega: "Estamos revertendo os estímulos dados à
economia"
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse após anunciar o
corte de R$ 50 bilhões no Orçamento Geral da União de 2011 que passou a fase de
estímulos à economia patrocinada pelo governo para manter o ritmo de
crescimento após a crise financeira de 2009.
"A programação orçamentária de 2011 está passando por
uma consolidação fiscal, que se deve ao fato de que o governo está revertendo
todos os estímulos para a economia entre 2009 e 2010, por conta da crise
financeira internacional. Hoje, estamos com a economia crescendo, com demanda
forte. Já estamos retirando esses incentivos”.
O corte anunciado nesta quarta-feira (9) representa mais do
que o dobro do contingenciamento feito no orçamento do ano passado, o maior dos
oito anos de governo Lula, que foi de R$ 21,8 bilhões. O Orçamento 2011,
aprovado pelo Congresso Nacional no final do ano passado, previa R$ 2,073
trilhões para este ano. Com o corte, o valor cai para R$ 2,023 trilhões.
A maior parte dos cortes será feita no custeio da máquina
pública. A ideia é aumentar a eficiência do gasto. “Significa com menos
recursos realizar as mesmas ou mais atividades”, disse o ministro da Fazenda,
que assegurou que os programas sociais serão preservados. “Todos estão mantidos
para garantir a expansão do crescimento, estimular o investimento público e
privado e, também, para permitir a queda da taxa de juros”.
Diferentemente dos anos anteriores, o dinheiro não foi
bloqueado (contingenciado), e sim, retirado de forma definitiva do Orçamento.
“Essa redução de gastos tende a ser definitiva. A nossa intenção é manter esse
patamar até o fim do ano, mas nada impede que haja alguma mudança excepcional
nesse quadro. Não há ideia de modificar esse número de R$ 50 bilhões. Mas temos
que ter uma margem, porque há coisas que não podemos prever”, disse ele.
Segundo Mantega, todas as pastas da Esplanada do Ministério
foram afetadas. “Todos os ministérios foram atingidos por essa redução de
gastos. Haverá esforço, até sacrifício, dos ministérios para se adequarem aos
recursos destinados. A própria escassez de recursos para os ministérios vai
obrigá-los a fazer isso”.
Para a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, fazer mais
com menos é uma espécie de "mantra" no governo Dilma Rousseff. Ela
informou que o decreto com a nova distribuição dos recursos orçamentários será
publicado até a semana que vem no Diário Oficial da União.
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