Em reunião com líderes, Dilma Rousseff justificará cortes e
agradecerá apoio na votação do mínimo
A coordenação política do governo identificou que muitos
líderes estão dispostos a cobrar explicações do corte nas emendas
parlamentares, que gerou grande insatisfação na base.
Na primeira reunião com os líderes de partidos aliados na
Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff deverá explicar anecessidade
do corte orçamentário e, ao mesmo tempo, agradecerá o apoio durante a votação
do projeto de lei que estabeleceu o salário mínimo em R$ 545, considerado o
primeiro grande teste do governo. O encontro é visto no Palácio do Planalto
como uma ação preventiva para evitar cobranças pelo corte de R$ 18 bilhões na
liberação de emendas e até mesmo pela demora no loteamento político dos cargos
de segundo escalão. (Leia também: Sarney admite 'certo desconforto' no corte de
emendas parlamentares)
Até a noite desta terça-feira, todos os líderes da base
governista tinham sido convidados com exceção do líder do PDT, deputado
Giovanni Queiroz (PA), que encaminhou voto contrário ao governo na votação do
salário mínimo. O Palácio do Planalto decidiu que era preciso dar uma
sinalização da contrariedade do governo com a postura do PDT na condução deste
debate na Câmara.
- Essa será uma reunião de abraços (confraternização). Mas
só foram convidados os líderes que votam 100% com o governo. O encontro com a
presidente Dilma é para discutir o futuro. O que aconteceu no passado não está
mais em questão - disse o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza
(PT-SP).
Nesta terça-feira, assessores palacianos justificavam a
ausência do deputado Giovanni Queiroz por causa do “comportamento agressivo” do
líder pedetista na votação do mínimo. No Planalto, foi lembrado que Queiroz
chegou a fazer um discurso em que afirmou que a presidente Dilma estava mal
aconselhada e que precisava se assessorar melhor sobre a matéria.
Deputados do PDT não esconderam a surpresa com o veto ao
nome de Queiroz na reunião com Dilma. Avaliação reservada na bancada é que esse
gesto pode ampliar ainda mais o clima de hostilidade entre o partido e o
Planalto. Nesta terça-feira à noite, Giovanni Queiroz confirmou que não havia
recebido o convite e avisou que se fosse chamado ao Planalto, também não iria.
- Não fui convidado e não sei se ainda vou ser chamado para
a reunião. Mas se fosse convidado, também não iria. Votei com a linha
programática do PDT em relação ao salário mínimo - disse Queiroz.
Nesta terça-feira, interlocutores do Planalto pediram aos
líderes da base aliada para evitar na reunião de hoje qualquer tipo de
constrangimento e cobrança em relação aos cargos e emendas parlamentares. O
encontro é visto como uma ação preventiva, principalmente num momento em que o
governo está envolvido com pautas negativas como cortes orçamentários e temas
impopulares como a votação do mínimo.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar!Seu comentário será publicado em poucos minutos...
(Não publicamos comentários ofensivos de qualquer espécie)