Polícia Civil decreta greve até que agentes da DTE sejam
presos
O policial civil Valmir Borges Gomes, 54 anos, foi morto por
colegas da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), durante um confronto
O carnaval de Salvador não contará com a segurança dos
agentes da Polícia Civil. A decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira (3)
durante assembléia da categoria, a portas fechadas, na Associação dos
Funcionários Públicos do estado, na Avenida Carlos Gomes, em Salvador.
Segundo informações de Cláudio Lima, diretor jurídico do
Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc), "os policiais
só voltam ao trabalho após o governo apresentar presos na Corregedoria
os agentes que executaram o colega Valmir". Lima afirma que o policial
foi executado com tiros pelas costas pelos agentes da Delegacia de Tóxicos e
Entorpecentes (DTE). Eles protestam contra a ação dos colegas, já que acreditam
que Valmir poderia ter sido preso sem a necessidade do uso da violência.
Nesta quinta-feira (4), outros dois agentes envolvidos na
ação e que estavam em comapanhia de Valmir serão ouvidos na Corregedoria da
Polícia Civil. Os policiais saíram da assembléia em passeata com destino à sede
do Ministério Público Estadual, no bairro de Nazaré. O corpo de Valmir será
enterrado às 15h no cemitério Bosque da Paz.
O policial civil Valmir Borges Gomes, 54 anos, foi morto por colegas da
Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), durante um confronto por volta das
21h30 de ontem, na Avenida Paulo VI, no bairro da Pituba. Agente da
Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), Valmir estava em um
Volkswagen Gol com dois homens quando foram surpreendidos pelos policiais da
DTE, que investigavam o envolvimento dos três em crime de extorsão.
De acordo com a delegada Iracema Silva de Jesus,
titular da Corregedoria da Polícia Civil (Correpol), Valmir e os outros
ocupantes do carro reagiram a abordagem. Segundo moradores, o confronto foi
intenso e vários carros foram atingidos, além de fachadas de prédios. Em
pânico, algumas pessoas chegaram a invadir outras casas e estabelecimentos
comerciais para se proteger do tiroteio.
A corregedora-chefe informou que a vítima da extorsão é um
jovem de 18 anos, que foi flagrado com lança-perfume pelo policial e seus
comparsas. A princípio, Valmir pediu R$ 10 mil, mas acabou aceitando R$ 3 mil.
O pai do rapaz, entretanto, denunciou a extorsão à DTE já que os criminosos se
apresentaram como agentes da delegacia. Os policiais da Entorpecentes, então,
armaram o flagrante na Pituba onde houve o tiroteio. Baleado, Valmir foi
socorrido ao Hospital Geral Roberto Santos, no Cabula, mas não resistiu.
No carro, policiais da DTE encontraram coletes e rádios
comunicadores. Pouco depois do confronto, houve uma intensa mobilização na
Corregedoria da Polícia Civil, na Chapada do Rio Vermelho, onde foi registrado
o auto de resistência. Os delegados Nilton Tornes, titular da DRFR, e Carlos
Hibib, titular da 16ª Delegacia, na Pituba, acompanharam o trabalho.
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