Schistosoma mansoni
Queda de 85% de janeiro a julho, se comparado ao mesmo período de 2009
Investir na educação e conscientização. Esta é a proposta da Prefeitura de Barra Mansa, através da Secretaria de Saúde, que vem orientando, informando e tratando os casos de esquistossomose no município. Exemplo de que investir na conscientização é um bom negócio, é que em 2009, de janeiro a julho, foram registrados 26 casos da doença. Já este ano, no mesmo período, o número de pessoas infectadas foi de apenas quatro, representando uma queda de 85%.
O prefeito de Barra Mansa, Zé Renato, reforça a importância de se investir na educação e orientação de toda família a fim de que os índices continuem baixando e atinjam 0%, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Está mais do que comprovado de que a informação e orientação são fortes aliadas no combate à doença. Muitas pessoas não sabem o que é a esquistossomose e nem as formas de transmissão, por isso trabalhamos com a orientação. É importante que as pessoas, após serem informadas, tomem consciência e adotem medidas preventivas”, conta ele.
Segundo o secretário de Saúde, Wilton Néri, também são ministradas palestras sobre a doença nas escolas da cidade. “Desde que o Programa de Controle da Esquistossomose foi implantado em 2004 trabalhamos a prevenção através da educação em saúde. Ministramos palestras nas escolas para os alunos, pais, professores e toda comunidade. Também percorremos os bairros informando a população e coletando fezes para análise. Depois retornamos às residências com o resultado. Em caso positivo, a pessoa recebe tratamento gratuito. Se a doença não for tratada, pode evoluir para formas clínicas graves e levar o paciente ao óbito”, conta Néri, ao informar que o saneamento básico aliado ao tratamento de esgoto também contribuem para uma melhor qualidade de vida.
O coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Antônio Marcos Rodrigues, explica as formas de contágio e alerta a população sobre a doença. “A prevenção é simples: evitar o contato direto com as águas de rios, córregos e lagos contaminados por cercárias. No período de férias escolares, principalmente no verão, a exposição aos fatores de risco é ainda maior. No calor e de férias, as crianças e adolescentes acabam se banhando nestas águas e, com isso, as cercárias penetram através da pele do indivíduo. Por isso, as pessoas não podem entrar em águas onde o caramujo, que é hospedeiro intermediário do parasita, está. Em contato com esta água, a cercária penetra na pele do homem e, a a partir daí, ele passa a ser um hospedeiro definitivo do parasita”, explica Antônio, alertando que as pessoas também devem procurar saber o histórico dos rios, caso estejam em outras cidades.
Em Barra Mansa, o rio que leva o nome da cidade e corta vários bairros, bem como o Rio Bananal, os rios dos bairros Vila Principal e Siderlândia, e os córregos destas bacias hidrográficas, possuem o caramujo hospedeiro. Mas, não se pode aplicar pesticidas na água, pois, além de matar os moluscos, os peixes também seriam afetados. Por isso, é importante que a população não entre nestes locais. Pois, os ambientes de água doce de pouca correnteza ou parada, utilizados para atividades profissionais ou de lazer, como banhos, pescas, lavagem de roupa e louça ou plantio de culturas irrigadas, com presença de caramujos infectados pelo Schistosoma mansoni, constituem os locais adequados para se adquirir a esquistossomose.
Esquistossomose - A esquistossomose mansônica é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, cujas formas adultas habitam os vasos mesentéricos do hospedeiro definitivo (homem) e as formas intermediárias se desenvolvem em caramujos gastrópodes aquáticos do gênero Biomphalaria. Trata-se de uma doença, inicialmente assintomática, que pode evoluir para formas clínicas extremamente graves e levar o paciente ao óbito. A magnitude de sua prevalência, associada à severidade das formas clínicas e a sua evolução, conferem a esquistossomose uma grande relevância como problema de saúde pública.
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