Construído para a Copa do Mundo, a um custo de US$ 159 milhões (cerca de R$ 300 milhões), o belíssimo estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, é um dos orgulhos da África do Sul. Em pouco tempo, porém, o seu gramado se tornou um problema para a Fifa. Além disso, há um grande temor na cidade de que, por falta de clientes para usá-lo, ele se torne no futuro um “elefante branco”.
Desde a segunda partida da Copa disputada no local, são visíveis os buracos e falhas no campo de jogo. A partir de então, nenhum time foi autorizado a fazer o chamado treino de reconhecimento, previsto pela Fifa, na véspera de cada jogo. A medida afetou Brasil e Holanda, que treinam nesta quinta-feira em diferentes estádios na cidade.
O jogo de quartas de final entre brasileiros e holandeses, nesta sexta-feira, às 11h (horário de Brasília), será o sétimo no estádio, que também sediará, no dia 10 de julho, a disputa pelo terceiro lugar.
Uruguai e Coréia do Sul jogaram no Nelson Mandela Bay no último dia 26. Boa parte do segundo tempo ocorreu sob chuva, agravando as condições do gramado, que já não eram boas. Na semana anterior, durante três dias seguidos, as chuvas castigaram a cidade, localizada à beira-mar.
Tufos de grama foram replantados nos últimos dias e parte do gramado foi coberta por lona. Outros trechos estão sendo submetidos a calor. Segundo a Fifa, o cancelamento dos treinos de Brasil e Holanda foi um “procedimento normal”.
Além do gramado, um problema mais grave aflige o Nelson Mandela Bay. Embora possa abrigar também partidas de rúgbi, o estádio foi concebido para futebol e deveria ser a casa do Bay United Football Club, o time da cidade. Em situação de falência, porém, o clube acaba de ser vendido para investidores de fora de Port Elizabeth.
Ainda não são conhecidos os nomes e os planos dos novos investidores, mas o temor é que eles levem o time para outra região. Se isso ocorrer, além da perda de empregos que vai acarretar, o Nelson Mandela Bay corre o risco de se transformar num “elefante branco”, uma magnífica construção sem uso.
Com capacidade para 42.486 espectadores, o estádio acumula algumas estatísticas negativas. A partida entre Coréia do Sul e Grécia, por exemplo, recebeu apenas 31.513 pessoas, uma das mais baixas audiências do Mundial.
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