quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sem Garotinho, Cabral deve vencer disputa no Rio no 1º turno, dizem analistas


Governador Sergio Cabral com grandes chances de se reeleger - Foto: Shana Reis






A eleição no Estado do Rio tem como franco favorito o atual governador, Sérgio Cabral (PMDB), que disputa a reeleição.

Se tudo caminhar no ritmo de agora, Cabral pode levar a disputa já no primeiro turno como resultado de um conjunto de fatores que inclui a saída de seu principal rival da disputa e, sobretudo, a parceria com o presidente Lula.
O amplo apoio de prefeitos e ações na área de segurança também impulsionam o atual governador, segundo analistas. O ex-governador Anthony Garotinho (PR) optou por concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.
"Pelo que indicam as pesquisas de intenção de voto, a distância entre Cabral e o segundo colocado é enorme e quase impossível de ser revertida. Acho que a saída do Garotinho facilitou uma vitória no primeiro turno", disse a cientista política Julita Lemgruber, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes.
"O Garotinho sempre teve muita força no interior e uma relação com prefeituras do PMDB, ex-partido dele e atual do Cabral. Agora, quase todos os prefeitos do interior estão com Cabral", acrescentou.
Dos 92 prefeitos do Estado, 91 estão ao lado de Cabral. Apenas a cidade de Campos ficou de fora por ser área de influência de Garotinho.
O partido de Cabral está presente em 35 cidades e domina ainda a Assembleia Legislativa do Estado e a Câmara dos Vereadores da capital, onde estão cerca de 40% dos eleitores fluminenses.
"A conjuntura aponta que há grandes chances de Cabral vencer no primeiro turno. A saída do Garotinho ajuda e o Cabral ainda tem apoio das prefeituras e toda a máquina a seu favor", afirmou o cientista político da FGV Fernando Lattman Weltman.
A possibilidade de Cabral vencer em primeiro turno é cogitada até dentro do comitê de campanha do principal adversário, o deputado Fernando Gabeira (PV).
Fernando Gabeira, candidato ao governo do Estado do Rio pelo PV

"Ele [Gabeira] vai lutar para cair de pé, mas achamos que existe a possibilidade de uma derrota na primeiro turno. A saída do Garotinho foi muito ruim para nós e é uma disputa contra a máquina pública. O Gabeira não tem um vintém além da sua imagem e história", disse uma fonte da campanha do deputado.
"O lado bom de uma derrota no primeiro turno seria o fato de sobrar mais tempo para ele trabalhar para a campanha à Presidência", afirmou o integrante da campanha do PV.
Pesquisa Ibope divulgada no início de junho, ainda com Garotinho entre as possibilidades, aponta Cabral com 43% das intenções de voto contra 21% de Garotinho e 12% de Gabeira.
Ao longo da sua gestão, Cabral também conseguiu um fato praticamente inédito: unir prefeitura e governos estadual e federal. "Essa aliança com Lula e [o prefeito] Eduardo Paes [PMDB] pode ser um trunfo a mais para o governador. Ele fez isso com muita habilidade como também fez com o Legislativo local", avaliou Lemgruber.
Anthony Garotinho desistiu do governo e vai disputar uma vaga de deputado federal

Em anos anteriores, o presidente Lula enfrentava no Estado a oposição do casal Garotinho e na esfera municipal a do ex-prefeito Cesar Maia (DEM).
Já Gabeira emergiu para cargos majoritários nas eleições de 2008, quando disputou a prefeitura e foi derrotado por Paes, por pequena margem. A coligação que o apoia junta PV, PSDB, PPS e DEM.
"É uma coligação complicada, nós sabemos, mas diante das circunstâncias era o que deveria ser feito", disse Gabeira, que tem a difícil missão de ter que se dividir no plano nacional entre as candidaturas presidenciais de José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), enquanto Cabral está do lado de Dilma Rousseff (PT).
Para o cientista político da FGV, "é uma candidatura em cima de imagem que foi construída e bem aceita em 2008. É um aposta de alto risco e ambígua para alguém que talvez tenha que pedir voto para dois candidatos. Não existia alternativa para a coligação montada na eleição municipal e às vezes alguém tem que ir para o sacrifício", avaliou Lattman.

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