Ministério Público quer paralisar obra de gasoduto
Segundo o MPF a construção de gasoduto pela Petrobrás no entorno da Floresta da Cicuta está irregular
O Ministério Público Federal (MPF) em Volta Redonda (RJ) recomendou ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) que suspendesse a licença da Petrobras para a obra do gasoduto Rio de Janeiro-Belo Horizonte (Gasbel II) até a empresa pagar a compensação ambiental e obter o aval do Instituto Chico Mendes (ICMBio), que administra a Floresta da Cicuta, área de relevante interesse ecológico que foi afetada pela obra.
O Ibama deveria cumprir a recomendação em até 30 dias, durante os quais o órgão deve informar os municípios que serão contemplados com o valor da compensação (calculado pelos danos ambientais reparáveis nas construções em áreas de conservação ambiental). Nesse caso, a Petrobrás já deveria ter feito o depósito antes da emissão da licença prévia do Ibama. Em dez dias, o órgão também deve pedir à Petrobrás a aprovação do ICMBio.
"Com a recomendação, o Ministério Público Federal busca a solução amigável quanto às irregularidades constatadas, mas será proposta uma ação civil pública contra o Ibama e a Petrobras, caso não haja acordo", afirma o procurador da República Rodrigo da Costa Lines.
O MPF foi alertado para a falta de pagamento pelo ICMBio – o Ibama sequer decidiu que municípios beneficiados.
Além disso, a recomendação observa que a licença só poderia ser dada com a aprovação de todos os gestores das unidades de conservação atingidas pela obra.
Como o ICMBio não aprovou a construção do gasoduto, a obra não poderia ser liberada.
Até o fechamento desta edição a Petrobrás não havia respondido os contatos da reportagem.
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