Associações repudiam ataques de Lula à imprensa
Diversas Associações representativas da imprensa e, até mesmo, dos advogados, a OAB, repudiaram as afirmações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última semana.
O presidente da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), Roberto Muylaert, vê com preocupação as garantias da liberdade de imprensa no Brasil em um eventual governo Dilma, após as críticas feitas aos meios de comunicação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último sábado (18), durante comício em Campinas (SP).
Muylaert observou com "extrema preocupação" os ataques do presidente, relatou matéria do jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta terça-feira (21).
"Vemos isso como um prelúdio, uma amostra do que pode acontecer no próximo governo em termos de liberdades democráticas, já que a liberdade de imprensa é a grande garantia de todas as demais", afirmou Muylaert.
Lula disse, em evento de campanha de Dilma, que alguns jornais e revistas comportam-se como partidos políticos. "Outra vez nós vamos derrotar nossos adversários tucanos, vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem um partido político", declarou. O presidente também afirmou que existe no país uma revista que "destila ódio e mentira", segundo o jornal, uma referência indireta à Veja.
Segundo o dirigente da Aner, "a popularidade crescente do presidente da República está fazendo com que ele perca qualquer tipo de autocensura". Além dos "excessos de toda natureza" de uma campanha eleitoral, completou.
As manifestações de Lula no fim de semana coincidiram com uma série de reportagens veiculadas na imprensa a respeito de tráfico de influência e irregularidades cometidas por funcionários ligados à Casa Civil.
A preocupação da Aner também foi partilhada por outras entidades defensoras da liberdade de imprensa.
Em nota, a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), considerou "lamentável e preocupante que o presidente da Republica se aproxime do final de seu mandato manifestando desconhecimento em relação ao papel da imprensa nas sociedades democráticas".
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcanti, definiu as opiniões de Lula como "um desserviço à Constituição e ao Brasil".
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