sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Conheça o candidato José Serra

A tarefa agora será derrotar Dilma Rousseff, a escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser sua sucessora.


Oito anos após amargar derrota nas urnas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o tucano José Serra tenta pela segunda vez chegar à Presidência da República neste ano e tem na experiência política o seu principal trunfo eleitoral.
Aos 68 anos, Serra acumula cargos no poder público em seu currículo e é considerado por aliados como um eficiente administrador.
Apesar da derrota em 2002, de lá para cá foram só vitórias, como a que o levou à Prefeitura de São Paulo em 2004 e, dois anos depois, ao governo de São Paulo, credenciando-o novamente para a disputa nacional pelo PSDB, partido que ajudou a fundar.
Com um perfil discreto, Serra diz que sua falta de carisma é motivada por timidez e garante que quem o conhece sabe que é bem humorado e brincalhão. Nas eleições deste ano, a busca por votos passa pela tentativa de se livrar da imagem de “político de gabinete”.
A disputa interna pela indicação do PSDB à Presidência reforçou essa imagem. Enquanto Aécio Neves reivindicava a indicação, Serra preferiu se calar publicamente e esperar até que o mineiro desistisse.
Filho de imigrante italiano, Serra teve uma infância humilde na capital paulista, no bairro da Mooca, região dominada por fábricas na metade do século passado. Os ganhos modestos de seu pai como vendedor de frutas no Mercado Municipal, no entanto, foram suficientes para que o jovem Serra conseguisse estudar e ingressar no curso de engenharia civil na USP (Universidade de São Paulo). Hoje, costuma brincar que o pai carregava caixas com frutas para que ele pudesse carregar caixas com livros.
Como universitário, interessou-se pela militância estudantil e foi um dos fundadores da AP (Ação Popular), entidade ligada à juventude católica, chegando à presidência da UNE (União Nacional dos Estudantes) em 1963. Com o golpe militar de 1964, passou a ser perseguido pela ditadura militar, abandonou o curso na USP e foi se esconder na França e depois no Chile, onde cursou mestrado em economia.
Correndo o risco de ser preso pelos generais que dominaram o Brasil a partir de 64, Serra passou a viver no Chile e casou-se com a bailarina Mônica, com quem tem dois filhos. Lá, contribuiu com o governo socialista de Salvador Allende, mas foi novamente surpreendido com um golpe militar, em 1973, este liderado pelo general Augusto Pinochet.
Preso ao tentar deixar o Chile, conseguiu escapar e se refugiou nos Estados Unidos, onde, como o próprio define, foi “exilado ao quadrado”. Na terra do Tio Sam, fez mais um mestrado em economia e um doutorado em ciências econômicas na Cornell University e também deu aulas como professor convidado em Princeton.
Após 14 anos fora, Serra voltou ao Brasil em 1978, pouco antes de ganhar a anistia política, em 1979, e passou a dar aulas na Unicamp (Universidade de Campinas).
Com a vitória de Franco Montoro nas eleições para o governo de São Paulo em 1982, Serra assumiu a Secretaria Estadual de Planejamento, onde ficou até 1986, quando se candidatou a uma vaga de deputado federal pelo PMDB.
Eleito, fez parte da Assembleia Constituinte e reelegeu-se em 1990 para mais quatro anos na Câmara, desta vez já pelo PSDB, partido que fundou em 1988 junto com outros dissidentes do PMDB, como Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas.
Em 1994, na eleição de FHC à Presidência, consegue se eleger ao Senado, mas licencia-se do cargo legislativo para assumir o ministério do Planejamento. Em 1996, tentou ser prefeito de São Paulo, cargo que já havia disputado em 1991, mas é novamente derrotado nas urnas.
Volta ao governo FHC em 1998, desta vez como ministro da Saúde, e só sai em 2002, para tentar a Presidência da República, mas sofre nova derrota nas urnas.
Em 2004, enfim, consegue se eleger prefeito de sua cidade natal, mas, mesmo prometendo ficar até o fim dos quatro anos de mandato, deixa o cargo em 2006 para disputar o governo do Estado. Em abril deste ano, mais uma vez, renuncia para poder disputar a cadeira de presidente.

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