terça-feira, 26 de outubro de 2010

Entenda as acusações envolvendo Erenice Guerra

A agora ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra foi envolvida em duas acusações: uma, feita por uma empresa de Campinas e publicada em reportagem no jornal a Folha de São Paulo, de que seu filho Israel cobrava dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); outra, segundo reportagem publicada na revista Veja, de que Erenice teria atuado para viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de propriedade de seu outro filho, Israel.
A empresa que acusa Saulo, EDRB do Brasil Ltda, estava interessada em instalar uma central de energia solar no Nordeste, e diz que o projeto estava parado desde 2002 na burocracia federal até que, no ano passado, seus donos foram orientados por um servidor da Casa Civil a procurar a Capital Consultoria.
Trata-se da firma aberta em nome de Saulo, e que foi usada por outro filho de Erenice, Israel, para ajudar uma empresa do setor aéreo a fechar contrato com os Correios - primeiro negócio a lançar suspeitas de tráfico de influência no ministério, revelado pela revista Veja.
A Casa Civil confirmou ontem que houve uma reunião com representantes da EDRB em novembro na sede da Presidência, mas negou que Erenice Guerra tenha participado.
"A audiência foi pedida inicialmente com a secretária-executiva, mas, por incompatibilidade de agenda, foi conduzida pelo então assessor especial e atual chefe de gabinete da Casa Civil", informou a assessoria.
Nos dois meses seguintes, por meio de reuniões em Brasília, com a participação de Israel Guerra, telefonemas e e-mails, a EDRB afirma ter sido informada das condições impostas pela Capital para que um financiamento de R$ 9 bilhões do BNDES, em três parcelas, enfim saísse.
Os termos, segundo a empresa de Campinas, incluíam seis pagamentos mensais à Capital de R$ 40 mil e uma comissão de 5% sobre o valor do empréstimo.
Segundo o relato, haveria também um repasse de R$ 5 milhões para supostamente ajudar a campanha da eleição de Dilma.
"Não aceitamos pagar nada. Temos investidores, empresas que querem construir, gerar alguma coisa, e não criar vagabundos dessa forma", disse Rubnei Quícoli, consultor da EDRB que fez os contatos com a Casa Civil e com a Capital.
"Nos foi apresentada uma minuta de contrato. A gente contrataria uma empresa para fazer o acompanhamento jurídico do negócio todo. A empresa do filho da dona Erenice. Olhei os valores e disse: "Bom, para fazer acompanhamento jurídico desse troço, a gente não concorda pagar isso". E aí o negócio terminou", confirmou Aldo Wagner, sócio da EDRB.

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