terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lula transforma Inauguração de obra em palanque eleitoral

Presidente Lula promete obras no Complexo de Manguinhos para 2011 e durante inauguração no Rio transforma ato num comício eleitoral indireto em favor de sua candidata com os moradores ganhando favores do Governo do Estado


A seis dias do segundo turno das eleições presidenciais, a entrega de 328 apartamentos em Manguinhos, na Zona Norte do Rio, nesta segunda-feira ganhou tom de campanha eleitoral.
Mesmo sem citar a disputa entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra pela Presidência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deixa a presidência em dezembro, anunciou em um rápido discurso mais obras para 2011.
"Em 2011, teremos mais 2 milhões de casas para construir do programa 'Minha Casa, minha vida'", afirmou o presidente, que seguiu para Ilha do Governador sem falar com a imprensa.
Sem citar a candidata petista, porém dando a entender ao público presente que estava se referido a candiodata Dilma Rousseff, o governador reeleito do Rio, Sérgio Cabral, afirmou que "só tem mulher craque" ao lado de Lula.
"Eu nunca vi um homem escolher tão bem as suas companheiras de trabalho como o Luiz Inácio da Silva. Só tem mulher craque ao lado dele", afirmou Cabral, que criticou o programa Favela Bairro, implantado pelo ex-prefeito Cesar Maia.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também sem citar Dilma, porém adotando o mesmo tom do governador, também dando a entender que se referia a candidata do PT, disse que agora "é a vez das mulheres tomarem o poder".
Em seu discurso por várias vezes deu a entender ao público presente que era a hora e a vez das mulheres tomarem o poder.
"Quem manda no governo (do Estado) é a Adriana (Ancelmo, mulher de Cabral). É a hora e a vez das mulheres tomarem o poder", completou.
Quando chegou a vez do presidente da associação de moradores da localidade conhecida como Embratel, Leonardo Silva, falar, o discurso continuou no mesmo tom de campanha e indiretamente sobre o segundo turno das eleições.
Leonardo foi mais enfático ao fazer publicamente campanha em favor de Dilma Rousseff.
"Pensem bem antes de fazerem qualquer coisa. Olhem como é agora e olhem como foi. Essa parceria tem que continuar, não pode acabar. Vocês sabem do que estou falando, né?!", indagou ele.
Já ao vice-governador Luiz Fernando Pezão coube a tarefa de anunciar, ainda durante a inauguração, uma série de favorecimentos à comunidade local, como a doação de linhas telefônicas a todos os moradores, além de seis meses de conta de graça e assinatura gratuita de TV a cabo por três meses.
Em seguida foi a vez do ministro das Cidades, Márcio Fortes, emendar a propaganda eleitoral indireta feita durante a campanha:
"Não parece final de governo. Parece início de governo, cada vez mais anunciando obras", disse ele.
A obra, estimada em R$ 20,7 milhões, é uma parceria entre governo do estado e federal e faz parte do projeto de intervenção no Complexo de Manguinhos, que prevê saneamento e urbanização da comunidade num investimento total de R$ 659,3 milhões.
Durante o evento, foi visto pelo menos um cabo eleitoral do PT.
A dona de casa Elisa dos Santos, de 47 anos, que estava com uma camisa do PT, afirmou que trabalha na campanha de Dilma e ganha R$ 25 por dia para fazer propaganda.
Na platéia, o público chegou a gritar o nome de Dilma. E em coro, cantar: "O Rio prá frente é Dilma presidente".
No final da cerimônia, operários da obra ainda carregaram bandeiras com o nome, a foto, e número de Dilma.
No estacionamento, alguns carros também estavam adesivados com o nome da candidata.

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