Substituta de Dilma, Erenice Guerra depõe na PF e admite reunião
A candidata do PT a presidência da República, Dilma Rousseff, se vê, mais uma vez, envolvida em um escândalo no governo, agora com a participação de seu braço direito na Casa Civil.
A ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, foi intimada a explicar a atuação de seu filho Israel como lobista dentro do governo, além da suspeita de utilizar tráfico de influência.
Do mesmo modo, o jornalista Amaury Ribeiro Jr., que encomendou informações fiscais sobre familiares e pessoas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB), também foi intimado.
Ambos estiveram ontem, segunda-feira (25) na Polícia Federal para depor a respeito desses fatos.
Amaury chegou acompanhado do advogado e não quis falar com a imprensa. Depois de identificar como os dados sigilosos dos tucanos foram acessados, a Polícia Federal busca saber agora se alguém ordenou o jornalista a encomendar os documentos e quem pagou pelo serviço.
Investigadores da polícia envolvidos no caso tentam descobrir se a ação do jornalista visava atingir o ex-governador e senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves - que à época disputava internamente no PSDB a candidatura à Presidência.
Amaury é também ligado ao chamado "grupo de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). Ele contou à PF que foram pessoas do PT que roubaram os dados de seu computador pessoal.
O caso Erenice foi um dos motivos que levou a eleição para o segundo turno, segundo pesquisa Datafolha.
Erenice foi braço direito de Dilma Rousseff (PT) nos dois mandatos do governo Lula.
Ela era secretária-executiva da candidata quando recebeu no Planalto empresários que negociavam contrato com a empresa de lobby dos filhos dela e de assessores da Casa Civil.
Após o jornal Folha de São Paulo publicar essa informação, Erenice pediu demissão do cargo e se afastou do governo.
No depoimento prestado ontem a Policia Federal a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, admitiu que se encontrou com o consultor Rubnei Quícoli, que foi procurado pelo filho dela para viabilizar um empréstimo bilionário com o BNDES.
O depoimento contraria a própria versão de Erenice quando era ministra da Casa Civil e que o governo sustenta até hoje.
À época, ela informou, por meio da assessoria, que houve um encontro de Quícoli apenas com um assessor dela.
Para a PF, a ex-ministra admitiu que participou da reunião na Casa Civil - o que corrobora a versão de Rubnei Quícoli sobre o caso.
"Houve um encontro oficial, marcado pela assessoria dela. Foi uma reunião de uma hora e quinze minutos, na qual ela participou por 30 minutos. Foi uma conversa rigorosamente técnica", disse o advogado de Erenice, Mário de Oliveira Filho.
O depoimento durou cerca de quatro horas e Erenice respondeu a mais de cem perguntas. Segundo a defesa, ela respondeu a todas as perguntas.
De acordo com a defesa, os amigos de Israel Guerra que trabalhavam no governo foram contratados por questões técnicas.
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