quarta-feira, 6 de outubro de 2010

São Benedito, o Santo Negro de alma iluminada

Ontem se comemorou o dia de São Benedito, um santo tão querido dos pretos-velhos, pode-se dizer, que é o patrono dessa linha na Umbanda e também o único santo negro venerado pela Igreja Católica e pela Umbanda.

Algumas versões dizem que São Benedito nasceu na Sicília, sul da Itália, em 1524, no seio de uma família pobre e era descendente de escravos oriundos da Etiópia.
Outras versões dizem que ele era um escravo capturado no norte da África, o que era muito comum no sul da Itália nessa época. Neste caso, ele seria de origem moura, e não etíope.
De qualquer modo, todos contam que ele tinha o apelido de “mouro” pela cor de sua pele.
Foi pastor de ovelhas e lavrador. Aos 18 anos de idade já havia decidido consagrar-se ao serviço de Deus e aos 21 um monge dos irmãos eremitas de São Francisco de Assis o chamou para viver entre eles.
Fez votos de pobreza, obediência e castidade e, coerentemente, caminhava descalço pelas ruas e dormia no chão sem cobertas.
Era muito procurado pelo povo, que desejava ouvir seus conselhos e pedir-lhe orações.
Cumprindo seu voto de obediência, depois de 17 anos entre os eremitas, foi designado para ser cozinheiro no Convento dos Capuchinhos.
Sua piedade, sabedoria e santidade levaram seus irmãos de comunidade a elegê-lo Superior do Mosteiro, apesar de analfabeto e leigo, pois não havia sido ordenado sacerdote.
Seus irmãos o consideravam iluminado pelo Espírito Santo, pois fazia muitas profecias.
Ao terminar o tempo determinado como Superior, reassumiu com muita humildade mas com alegria suas atividades na cozinha do convento.
Sempre preocupado com os mais pobres do que ele, aqueles que não tinham nem o alimento diário, retirava alguns mantimentos do Convento, escondia-os dentro de suas roupas e os levava para os famintos que enchiam as ruelas das cidades.
Conta a tradição que, em uma dessas saídas, o novo Superior do Convento o surpreendeu e perguntou: “Que escondes aí, embaixo de teu manto, irmão Benedito?”
E o santo humildemente respondeu: “Rosas, meu senhor!” e, abrindo o manto, de fato apareceram rosas de grande beleza e não os alimentos de que suspeitava o Superior.
São Benedito morreu aos 65 anos, no dia 4 de abril de 1589, em Palermo, na Itália.
Reverenciado e amado no Brasil inteiro, é um dos santos mais populares do país, principalmente entre a população de origem africana, que o associa aos padecimentos do negro brasileiro.

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