Novo líder do PSDB insiste em mínimo de R$ 600
Duarte Nogueira (SP) cobrou ainda compromisso de Dilma com
reformas
Recém confirmado como uma das novas vozes da oposição ao
governo Dilma Rousseff, o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), novo líder da
legenda na Câmara, disse nesta quarta-feira (26) que irá insistir em um aumento
mais generoso do salário mínimo, para R$ 600.
Oficialmente, o governo admite elevar o valor para até R$ 545, o que apenas
repõe a inflação do ano passado. Centrais sindicais reivindicam R$ 580. No ano
passado, na campanha presidencial, o candidato tucano derrotado José Serra
havia prometido os R$ 600.
Questionado logo após ser confirmado como líder tucano, Duarte Nogueira disse
que a proposta não ameaça as contas do governo, como alegado pela equipe
econômica.
- Na campanha, nós defendemos o valor de R$ 600. Me parece muito coerente
continuar nessa mesma linha, até porque nós encontramos instrumentos dentro do
atual Orçamento da União que subestimaram a receita previdenciária em uma média
de R$ 17,8 bilhões, que é o valor necessário para que a gente possa fazer sair
dos R$ 540 para os R$ 600 sem o desequilíbrio fiscal.
O governo calcula que cada real acrescentado ao mínimo gere custos de R$ 286
milhões para os cofres deficitários da Previdência. O ministro da Fazenda,
Guido Mantega, chegou a dizer que o governo vetaria um aumento maior do que o
proposto pelo governo.
Durante a reunião do PSDB que selou seu nome como novo líder, Nogueira reiterou
o apoio que o partido dará à candidatura do petista Marco Maia (RS) na disputa
pela presidência da Câmara. Maia chegou a participar do encontro para agradecer
o apoio.
Depois, questionado sobre como será a oposição no governo Dilma, Nogueira
cobrou compromissos da atual administração com propostas defendidas na
campanha.
- Nós não vimos até agora uma discussão de temas que são caros para o país,
como as reformas, uma discussão mais consistentes de projetos na saúde, na
educação, na regulamentação da emenda 29, como é que vai colocar essas
universidades que foram criadas para funcionar. O que está se discutindo é só
cargo, cargo, cargo, essa não é a agenda para o país e que a oposição quer.
Além de Nogueira, o PSDB terá o deputado Paulo Abi-Ackel (MG) como líder da
minoria e o deputado Eduardo Gomes (TO) como representante na Mesa
Diretora.
Na cúpula que comanda a Casa, os tucanos poderão ficar com a primeira
secretaria (que administra as despesas) ou com a primeira vice-presidência
(cujo titular substitui o presidente em sua ausência).
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